Alguns valores que eu aprendi e continuo aprendendo na minha profissão de Designer:

Empatia

A incrível e dificílima habilidade de se colocar no lugar do outro que algumas pessoas possuem naturalmente, e muitas vezes isso se torna até um “tormento”.
Imagine viver sempre sabendo como as pessoas se sentem ou vão se sentir em determinada situação, e se importar muito com isso.

Para a profissão de Designer de Interface e Experiência do Usuário saber se colocar na pele do outro e esquecer das suas próprias necessidades, sentimentos, experiências
e habilidades é fundamental. Mas como esquecer de si mesmo e pensar e sentir como o outro?
Para os não empáticos naturalmente é necessário um grande esforço e exercício diário, pois essa prática não é nada fácil, e para os empatas isso acontece naturalmente,
de forma que, como já disse anteriormente, pode virar até um desconforto constante.

E como então se colocar no lugar desse tal de “Usuário”? Esse desconhecido, que vai fazer uso de uma interface que você está projetando e que precisa atender
suas necessidades e expectativas. Como entrar na pele dele? Conhecer meu público-alvo? Sim, mas acima de tudo, lembrar que vai ser um ser humano ali, lidando como uma
tecnologia, e que tem problemas, dificuldades, pressa, cabeça cheia de coisas, compromissos, dificuldade para ler, para usar um computador ou celular etc..

Uma interface precisa ser o mais simples, direta e objetiva possível. Nós pensamos para que o usuário não precise pensar e memorizar nada, nem
ficar perdido e confuso em momento algum, o que parece simples e óbvio para você para outra pessoa, mais idosa ou leiga pode e vai ser muito complicado.

Aí que entra a maravilhosa habilidade da empatia: “como essa pessoa vai se sentir ao fazer uso dessa interface” ?
Se perguntar sempre: “O texto está legível? As informações estão claras? Ele tem o controle o tempo todo enquanto está navegando? ”
Uma má experiência de usuário pode gerar sentimentos bem ruins além de atrapalhar e prejudicar a vida de uma pessoa naquele momento, por isso sem empatia
a chance de uma interface não atender às necessidades e gerar apenas frustração são enormes.

Aonde há empatia há amor, por isso levo esse valor comigo, não somente no trabalho, mas na vida. Se houvesse mais amor e empatia entre as
pessoas, definitivamente, o mundo seria um lugar muito melhor, pois as nossas necessidades como ser-humano vão muitíssimo além de ter uma boa experiência
ao fazer uso de uma interface. Saber ouvir, acolher alguém que precisa desabafar, entender que certas palavras e atitudes e falta de sensibilidade
podem e vão machucar profundamente uma pessoa.

É desse cuidado com o outro, de saber que as pessoas tem um histórico, traumas, sentimento…e pensar no outro com mais carinho, paciência e cuidado,
seja uma pessoa que você ama ou o caixa do supermercado.

Minimalismo

O famigerado e controverso “menos é mais”.
É como eu sempre digo, um site não é um quadro, não é uma obra de arte e não pode ser um mistério a ser desvendado. Uma interface é a forma como ocorra a
comunicação entre um ser humano e uma tecnologia, e essa comunicação precisa ser muito rápida, objetiva e clara. Não adianta eu ter um site lindo, super elaborado,
cheio de elementos gráficos, fontes maravilhosas, cores, ícones e ilustrações, se ela não funciona e deixa meu usuário perdido.

Ah mas quantas vezes eu já não ouvi: “Mas esse site tá muito vazio, tá muito branco, muito simples, não tem nada ali..”
Gente, espaços em branco são o “oxigênio” dos olhos. Muita informação confunde, atrapalha a navegação do usuário, e as chances dele
abandonar um site poluído e confuso e com muita informação na HOME são altíssimas.

Assim como em uma interface a vida também pode ser muito mais simples quando nós percebemos que não precisamos de muita coisa. Menos coisas, menos
trabalho, menos dinheiro, menos palavras, menos conflitos, menos complicação…e mais: tempo, tranquilidade, diversão, amor! Viver de verdade,
Viver com o mínimo possível, sim é possível, e muito libertador!

Desapego

O Designer precisa ser desapegado por natureza uma vez que nosso trabalho pode ser totalmente rejeitado pelo cliente por mais que você esteja totalmente convencido
de que fez um trabalho impecável. Ainda que não deveria ser assim, mas sendo assim, e independente de ser assim ou não, nós não podemos nunca anos apaixonar pelo
nosso trabalho e nem fazer algo que nos agrade somente, e tendo em mente que nada do que se faz é para a gente e que qualquer coisa que eu faça poderá ser refutado,
o desapegos faz crucial para sobreviver nessa profissão e evitar um sofrimentos desnecessários.

Da mesma forma, se hoje eu conclui um projeto muito bom e que fora aprovado de primeira pelo cliente, logo em seguida eu já esqueci dele… é apenas
mais um filho solto no mundo, e assim como esse, eu tenho que ser capaz de concluir mais 100 projetos melhores ainda.
Claro que podemos nos orgulhar do nosso trabalho e da nossa carreira, mas de uma forma muito mais ampla, sem apego ao que se faz, um projeto só não é nada, a intenção é tudo.
No começo da minha carreira eu sofria muito com os meus layouts que eram rejeitados, e entretanto hoje, com mais experiência e sabedoria eu aprendi a não me apegar, e
em cada rejeição me superar até conseguir a aprovação, me desapegar .. e logo iniciar um projeto novo, é esse o cliclo!

O desapego deixa tudo mais leve e evita muita dor, não só no design claro, mas na vida em geral! Tirar o peso de acreditar que alguma coisa ou alguém te pertence, sendo
que nem o seu corpo é seu, sim é tudo muito óbvio e lugar comum mas as vezes é preciso bater em certas teclas repetitivas, pois por onde eu olho ainda vejo muito
apego, principalmente às coisas materiais e todos os sentimentos desagradáveis que ele causa. Coisas, dinheiros, coisas e mais coisa, e gente sofrendo por causa de
coisas. Sem contar em relacionamentos, aonde todo o sofrimento gerado vem do amor-apego, da ilusão de posse. No amor verdadeiro, e na verdadeira felicidade
não existe apego, ciúmes, frustração, cobrança, rancor, mas apenas o querer bem, o ver o outro feliz!